sábado, 10 de setembro de 2016

Períneo - Uso do EP INO e massagens!

Tardeeee mulherada!

Vamos falar, olhar, entender e pensar um pouco mais sobre o períneo? Porque é tão importante prepará-lo para o parto?



O períneo é um grupo muscular que também podemos chamar de assoalho pélvico, se relacionarmos a idéia de assoalho em uma casa por exemplo podemos pensar em sustentação e é exatamente isso, o períneo sustenta os órgãos pélvicos que são: a bexiga, vagina, uretra, ânus, útero e reto. A partir dai já podemos entender o quanto essa região é importante para o parto. Quanto mais a mulher trabalhar essa musculatura e prepará-la para a passagem do bebê menos chances de lacerações, "necessidade" de epsiotomia ( sim digo isso porque embora já temos varias evidências científicas a respeito do tema epsio que nos dá respaldo de que não é necessário esse famoso "pique" sabemos que o nosso sistema obstétrico ainda se baseia muito nessa prática) e uma melhor recuperação no pós-parto essa gestante terá, evitando até o risco de incontinência urinária.

Então vamos lá, separei alguns vídeos de exercícios práticos bem fáceis para ensinar a trabalhar essa região muscular:



O segundo link está sem legenda mas as imagens já são muito úteis!

Uma outra opçao para trabalharmos o períneo é o EP INO, um "aparelho" em silicone que é inserido na vagina com o objetivo de trabalhar a elasticidade do músculo:
O aparelho é um pouco caro no Brasil, temos apenas um site onde encontrar, segue o link.



Mas a boa notícia é, temos como alugar!!!! É, isso mesmo, separei alguns contatos para vocês de pessoas que trabalham com aluguel desse  " queridíssimo amigo " da região perineal rsrsrs
O EP INO  é indicado a partir de 36 semanas da gestação e deve ser utilizado até o parto.
Segue abaixo o link dos contatos para aluguel.




Vamos juntas nos conscientizar da importância dessa região que é fundamental para um parto com qualidade, compartilhe informação, se empodere, espalhe para suas amigas gestantes ou não, afinal de contas todas nós temos que cuidar do períneo!
Um super beijo a todas!

Sil.

sábado, 20 de agosto de 2016

A cultura cesarista do Brasil e sua opressão.

Olá meninas, o post de hoje é um convite à reflexão.
Um convite ao questionamento, a olhar para dentro de nós e encontrar a força que precisamos para romper com toda essa cultura cesarista brasileira.

Então vamos ao que interessa, porque será que o Brasil tem um índice tão alto de cesarianas? Segundo a OMS o índice chega a 84,6% na rede particular.
Essa não é uma pergunta tão simples de ser respondida e claro que faz parte de todo um contexto histórico da saúde em nosso pais, bem como se reflete na formação dos profissionais nas universidades e etc. Já sabemos que a cesárea é a preferida pela maioria dos profissionais, uma vez que os médicos conseguem programar as suas agendas e recebem mais por uma cesárea do que por um parto normal. 
Pois bem, venhamos e convenhamos os médicos tem um papel importante e fundamental no dado estatístico que coloca o Brasil no ranking como campeão das cesáreas ao redor do mundo, mas por outro lado também não podemos nos esquecer da responsabilidade que cada uma de nós, mulheres brasileiras temos diante desse cenário, se informar é preciso, o tão falado empoderamento nos últimos anos é de extrema relevância nesse processo de transformação, mas há também algo muito mais subjetivo que gostaria de refletir com vocês.


Será que em nossas tentativas de controle não temos a falsa sensação de que a cesárea agendada é muito mais segura para mãe e bebê? Mesmo com todo respaldo de estudos que comprovam os benefícios do parto normal a maioria das mulheres escolhem a cesárea, ora por medo da dor, ora por medo do cordão, medo de "passar da hora", medo do mecônio, de imprevistos que podem acontecer na hora do parto e por ai vai, a lista é enorme. Ué mas e na cesárea agendada ( uma cirurgia que corta 7 camadas da pele) não poderá ocorrer imprevistos e emergências? Claro que sim, porém tenho a impressão que muitas vezes é mais fácil transferir a responsabilidade pelo nascimento ao "dotô" do que abraçar essa responsabilidade, encarar os medos e romper com o sistema e com toda opressão que essa cultura cesarista gerou em cada uma de nós. 
Sabemos que  dentro da maternidade existe uma palavra chave chamada CULPA, (que já dizia um ditado: nasceu uma mãe, nasceu a culpa) a qual as mães tem de aprender a driblar em cada erro cometido, então vamos nos perguntar: se algo não acontecer como esperado em um parto normal a culpa é da mulher que o escolheu? Já que no Brasil podemos escolher se queremos o parto normal ou a cesárea. E se algo na cesárea eletiva sair do controle ai a culpa é do médico? Penso que por diversas vezes em nossa cultura estamos inconscientemente buscando transferir a culpa e a responsabilidade por situações que podem acontecer dentro desse contexto chamado nascimento, quando na verdade tudo pode acontecer tanto em um parto normal, hospitalar, domiciliar ou em uma cesárea. Nos esquecemos que na vida se existe algo que não temos é o controle de nada, absolutamente nada e riscos estão por toda parte e nem sempre existem culpados pelas fatalidades que acontecem. 

Parir no Brasil não é uma tarefa fácil de fato, já que podemos escolher uma cesárea tranquilamente, mas se escolhemos um parto normal somos chamadas de "corajosas", quando escolhemos então um parto humanizado domiciliar somos chamadas de loucas. Temos então um grande desafio pela frente, o desafio de em primeiro lugar enfrentar a nós mesmas, os nossos medos, incertezas e inseguranças e em segundo lugar o desafio de "olhar nos olhos" da cultura e da sociedade brasileira e bancar a responsabilidade da escolha em parir. Então esse post é pra te dizer: vamos juntas nesse caminho e deixar a culpa pra trás, acreditar na criação, na natureza de nossos corpos, vamos juntas nos questionar, repensar, refletir e entender que em todo o processo da maternidade não há garantias ou controle em nossas mãos a começar pelo nascimento e que se estenderá em toda a jornada da vida dos nossos filhos.

Um beijo pra cada leitora.

Sil.


quinta-feira, 21 de julho de 2016

O medo do parto domiciliar.

Olá meninas.

Algumas vezes o tão sonhado parto domiciliar deixa de ser realidade na vida de muitas mulheres por um motivo comum: o medo, o medo do que pode acontecer com o bebê, o medo das emergências obstétricas, o medo da necessidade de transferência e por ai vai, a lista muitas vezes das perguntas é enorme.

Pensando e pesquisando sobre esse assunto encontrei um artigo muito completo da Ana Cristina Duarte, obstetriz e parteira domiciliar, que pode esclarecer muitas dessas perguntas e dúvidas quando o assunto é o parto domiciliar. Segue o link abaixo:

http://www.maternidadeativa.com.br/artigo9.html



O empoderamento, a informação são ótimos recursos para enfrentar o medo, porém muitas vezes também é necessário a disposição de cada uma de nós em enfrentar esses medos de frente, viajar para dentro de nós e entender onde esses medos nascem e como podemos vencê-los é essencial para viver um parto com significados verdadeiros, delicadeza e amor.

Boa leitura a todas.
Um beijo,
Sil.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Gestação Anembrionária.

Bom dia meninas e meninos, rsrsrs

Você está tentando engravidar e ai de repente encontra o resultado positivo. Que alegria! Quantas expectativas no coração! Porém ao fazer o ultrasson você descobre que o saco gestacional está vazio, ou seja, sem embrião. E agora? Chamamos esse processo de gestação anembrionária, que resumindo é uma gestação que não deu certo.

O óvulo fecundado se implantou no útero mas o embrião não se desenvolveu, a medicina não sabe explicar exatamente o porque isso acontece e provavelmente seja um acidente da natureza.

O nível do Beta HCG pode continuar evoluindo e a mulher continuar a ter os sintomas de uma gestante, isso porque o nosso corpo não reconhece que o saco gestacional está vazio e por isso se torna mais difícil um aborto espontâneo. Provavelmente o médico vai solicitar o acompanhamento e ira repetir o USG há cada 15 dias porque há também a possibilidade de o embrião aparecer após as 6 semanas de gestação.

Outra informação importante é sobre a medida do saco gestacional, se ele medir mais do que 25mm e não houver embrião o diagnóstico provavelmente será de ovo cego.

Isso não ocorre por culpa da mulher, ou porque há alguma coisa de errado no seu organismo, não há nada que a mulher ou o seu parceiro possam fazer ou não fazer para evitar, mas a boa notícia é que normalmente não existem empecilhos para uma futura gestação normal e saudável.

Então se você leitora já passou por isso ou está passando, ou conhece alguém que esteja vivendo essa fase compartilhe com a gente a sua experiência, como você superou, como encontrou forças pra recomeçar, ou se o embrião demorou a aparecer, enfim, a sua história pode encorajar outras mulheres, afinal quando dividimos o peso a vida fica mais leve!

Eu desejo a cada mulher que vive um processo de perda na gestação muita força e esperança, que o coração de cada uma seja aquecido com a fé e a certeza de que há um tempo certo para todas as coisas. Que Deus nos ajude a seguir em frente mesmo sem entender o porque de algumas circunstâncias em nossas vidas.

Um beijo grande bonitas.

Sil.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Fisiologia do parto e trabalho de parto.

Olá meninas, hoje vou falar um pouco sobre a fisiologia do trabalho de parto e parto.

O corpo de cada mulher já tem por si só adaptações para esse processo desde a gravidez até o parto.

Algumas das mais importantes ações acontecem graças a  função hormonal e são:

* relaxamento dos ligamentos e das articulações e com isso maior mobilidade;
* relaxamento da vagina, vulva e períneo;
* acentuação da capacidade pelviana, facilitando o nascimento;
* aparição das contrações.

Quero focar sobre o tema das contrações nesse post.

Geralmente no final da gestação a mulher já começa perceber as contrações, essas "ondas" são um sinal da preparação do nosso corpo para o parto. Nem sempre elas são doloridas, a contração do útero se dá quando toda a barriga fica dura, diferente por exemplo de quando a gestante sente o bebê se mexer, quando apenas uma parte da barriga endurece. Essas contrações de preparo são consideradas normais em uma quantidade de até 10 por dia antes do parto. Portanto se isso está acontecendo com você nova mamãe fique tranquila, não há nada de anormal com você, é apenas o seu corpo dando os primeiros sinais de que ele foi feito para parir. 

Aprendendo a identificar as contrações do trabalho de parto:
* O correto para identificar a contração do trabalho de parto é controlá-la quando estiver de repouso e ir anotando o intervalo entre elas ( por exemplo de dez em dez minutos ) , se as contrações ocorrem quando a gestante está em atividade e ao repousar elas cessam isso significa um alarme falso. As ondas de contrações não diminuem quando a gestante entrou de fato em trabalho de parto, ao contrário o intervalo entre elas vão diminuindo, primeiro a cada 15 minutos, depois de 10 em 10 minutos e assim por diante. Lembre-se não importa se são doloridas ou não, pois a percepção de dor varia de mulher para mulher.

Determina-se o começo do trabalho de parto de uma mulher primípara quando as ondas chegam a cada 5 minutos por 2 horas consecutivas; já no caso de uma mulher que já teve filhos quando as ondas vêem a cada 10 minutos . A duração média do trabalho de parto para a mamãe de primeira viagem é entre 6 à 12 horas, para a mulher já com filhos cerca de 3 à 6 horas.


  • Ressaltando que o trabalho de parto deve começar a partir de 37 semanas, se as contrações regulares iniciarem antes, se houver perda de sangue, se a bolsa romper ou não perceber-se os movimentos do bebê procure um profissional com urgência.

Meninas lembrando que cada corpo é único e cada mamãe e bebê tem o seu tempo, sua forma de parir e também de nasçer, então nem sempre acontecerá exatamente da forma como descrita, essas informações e recomendações se dão de um modo geral. O mais importante é nós mulheres acreditarmos em nosso corpo, aprender a ouvir os sinais e responder a cada um deles da melhor maneira que encontrarmos para isso. 

Natureza perfeita, um Criador perfeito e mulheres confiantes, empoderadas, mudando a forma de nascer!


Foto inspiradora da minha super amiga Line Sena parindo seu segundo filho, Kauai! Seu segundo parto domiciliar humanizado.

Um super beijo a cada leitora.

Sil. 




sábado, 18 de julho de 2015

Entendendo cada posição do parto!

Boa tarde meninas!
Hoje quero trazer um post para vocês com uma informação muito preciosa.
Vamos entender quais as posições para o expulsivo e os benefícios de cada uma delas juntas!
Espero que seja útil e esclarecedor quanto a escolha de cada leitora.

O momento do expulsivo é sem dúvida o mais esperado. Chegou a tão esperada hora de conhecer o bebê! Nesse momento a mulher deve manter a respiração e a tranquilidade, entender o seu corpo e escolher a melhor posição para parir é essencial.

*Cócoras:

Benefícios:
* Abre a pelve para a sua máxima capacidade;
* Aproveita a força da gravidade;
* Expulsivo no geral mais rápido, com menos puxos;
* Facilita a rotação do bebê e sua descida.

* Semi-sentada:
 Benefícios:
* Uma boa posição para descansar;
* A inclinação pélvica permite uma maior abertura do colo do útero;
* Aproveita algo da força da gravidade.

* Sentada:

Benefícios:
* Uma boa posição para receber massagens na lombar, o que ajudara no alívio das dores;
* Aproveita algo da gravidade;
* Boa posição para descansar.

* De quatro: 

Benefícios:
* Tira a pressão das hemorróidas;
* Gravidade neutral: torna mais lento um expulsivo que está indo rápido demais;
* Facilita a rotação do bebê para a posição posterior;
* Pode proporcionar alivio para as dores na lombar e ajudar na progressão do bebê na direção da saída do colo do útero.


*Deitada de lado: 


Benefícios:
* Gravidade neutral, também ajuda quando o expulsivo está indo rápido demais;
* Excelente posição para descansar;
* Pode ser de grande ajuda para evitar uma epsiotomia quando o parto só pode acontecer com a mulher deitada;
* Boa posição para receber massagens de alivio.


É isso meninas! Conhecimento não ocupa espaço, conhecer e entender melhor o nosso próprio corpo então nem se fala! Eu desejo a cada leitora um ótimo final de semana e  para as gestantes um parto cheio de satisfação! Que as escolhas de vocês sejam respeitadas. Empodere-se para esse momento único de suas vidas! Um super beijo.
Sil.

sábado, 29 de novembro de 2014

Sensibilidade do profissional e intervenções em recém nascidos.

Olá bonitos e bonitas (como diz minha amiga Dani... rsrsrs)
Hoje vim falar um pouco da importância da sensibilidade dos profissionais que dão assistência à mulher nesse momento incrível da sua vida: o parto!



O parto é da mulher! O profissional viabiliza o nascimento tanto do bebê como da nova mãe que vai nascer ali no momento do parto com informações, conhecimento e sensibilidade neh minha gente?! Pois bem,  teria que ser assim mas infelizmente nem tudo que deveria ser é.

Assisti apenas o momento expulsivo do parto de Giovana (pseudônimo) na última segunda-feira quando estive na maternida mas já foi mais do que suficiente para escrever aqui o meu olhar e o meu relato... 

Um médico (muito provavelmente residente) fazia esse atendimento. Primeira filha da gestante, tinha como acompanhante o parceiro que também era um pai de "primeira viagem", ou seja os pais, ambos estavam apreensivos, nervosos, sem saber muito o que fazer e como agir e reagir diante da dor, da ansiedade, da insegurança e etc...

Começam os puxos dirigidos, a falação sem fim: força Giovana, FORÇA... não pode fechar a perna de jeito nenhum porque se não seu bebê pode nascer com algum problema - diz o médico que também desmontrava muita apreensão.

O acompanhante da gestante na tentativa de "ajudar" também começa a "repreender" a futura mamãe com frases como : Giovana, você precisa fazer a força corretamente, você não ouviu o médico? Vamos!!!!!!
Giovana diz: está doendo MUITO e da um suspiro, o acompanhante logo responde: ué, mas é pra doer mesmo! (Confesso que neste momento minha vontade era dizer: meu "querido" xiu, fica quietinho por gentileza!)
E assim seguia o parto, o médico aumenta a voz: Giovana esse momento não pode demorar, é o momento mais importante do parto, você precisa nos ajudar fazendo a força correta para o seu bebê descer e não feche a perna, pois isso pode sufocar o seu bebê! O tom de voz não era nada doce ou amigável, muito menos paciente, pelo contrário, era autoritário e um tanto quanto indelicado, se é que vocês me entendem!

* O momento expulsivo pode durar alguns minutos ou horas, tudo depende do corpo de cada mulher e do nascimento de cada bebê! Os batimentos do bebê devem ser monitorados e esse é o parâmetro para uma intervenção mais firme quando necessária.

* Existem duas abordagens com relação a força que a mulher precisa fazer no trabalho de parto.
A primeira e é a mais comum em hospitais no Brasil é justamente essa relatada aqui: os "puxos precoces" onde uma pessoa instrui a gestante na hora de fazer a força quando o colo do útero ja estiver totalmente dilatado, ainda que essa gestante  não sinta a vontade de fazer a força!
A segunda alternativa é aguardar o momento do corpo da mulher onde ela mesma vai sentir incontrolavelmente essa vontade de fazer a força, é como se o próprio corpo dela pedisse isso! Para isso ela precisa estar conectada, "ouvindo" o seu corpo e o profissional precisa esperar este momento.

Giovana estava na sala de parto há cerca de 10 minutos, uma pediatra muito querida chegou na sala, tentou acalmá-la com uma abordagem mais delicada, porém a pediatra não tem autonomia para dirigir o parto, logo, então ela se retira e da o espaço para o médico seguir conduzindo. Seguiam-se os puxos dirigidos e então entra uma outra médica para dar uma "mãozinha" na descida do bebê com a manobra Kristeller, porém não foi suficiente e mais uma vez a epsio foi uma opção escolhida por essa equipe na vida de mais uma mulher!

*Já falei um pouco sobre a epsiotomia e manobra de Kristeller aqui no blog, se você quiser saber mais basta fazer uma busca.

Carolina (pseudônimo) nasceu bem, demorou um pouquinho para chorar e recebeu  os procedimentos de nitrato de prata e aspiração das vias aéreas. Chorou muito e ficou bem agitada com essas intervenções.

*Nitrato de prata é um colírio que causa irritação ao bebê por arder muito e doer, esse colírio serve para tratar uma possível infecção que é causada pela bactéria chamada gonococo, que se caso não for tratada pode causar a cegueira. A real indicação desse colírio é para mães que são portadoras de gonorreia e em caso de bebês que nascem pela via vaginal. Esse procedimento é comum nas maternidades do Brasil tanto para mães que fizeram o exame e não são portadoras da doença como em bebês que nascem de cesarianas.

*Aspiração das vias aéreas é uma espécie de sonda que é colocada no nariz e passa também pela via oral do bebê a fim de limpar as vias aéreas, porém os bebês são capazes de tossir  e espirrar sozinhos e dessa forma limpar as vias aéreas, sem contar que quando passam pelo canal vaginal os pulmões são massageados provocando a expulsão natural dos liquidos. Esse procedimento além de ser muito desconfortável pode causar doenças respiratórias e cardíacas nos rescém nascidos.


Vamos refletir juntas, será que esse modelo de atendimento à gestante e ao bebê que acaba de chegar ao mundo faz juz a um momento único e tão especial na vida de cada mulher e de cada família brasileira? Um momento de extrema sensibilidade, amor, incertezas, dúvidas, medos, inseguranças e alegria não precisaria de um pouco mais de empatia, solidariedade e sensibilidade?
É de extrema importância retreinar os profissionais do parto no Brasil! Uma reciclagem não seria nada mal. Não acredito que eles deveriam estar ali  para ser "comandantes" do nascimento, mas sim para dar total apoio à essa nova família que nasçe, que renasçe. Apoio que vai desde todo o conhecimento para realização do parto até um aperto de mão, um sorriso ou uma lágrima de emoção. A doula é de extrema importância em relação a esse suporte emocional e uma peça fundamental na equipe, mas uma andorinha só não faz verão não é mesmo? Nós estávamos lá com Giovana, eu e minha amiga doula Márcia Benália, nosso olhar era de ternura, nossas frases de apoio e incentivo. Nosso coração? Partido... por ver tamanha frieza e indelicadeza.

O que mais me chamou atenção nesse parto que presenciei não foram as intervenções desnecessárias, mas o "automático" do "dotô", como se tudo fosse muito simples e fácil para aquela mãe, em cada frase dita, no tom de voz, nas escolhas, uma coisa ficou muito clara pra mim : a SENSIBILIDADE é uma palavra um tanto quanto desconhecida para este jovem médico que prestou um atendimento rotineiro e  apático para uma nova família nascida na metrópole chamada São Paulo que precisa urgente de MAIS AMOR.